sábado, 30 de agosto de 2014

#7 - A MÁSCARA FATAL DE MESSALINA, Domingos da Mota

Eu vi gelar as putas da Avenida
       ao griso de Janeiro e tive pena

       Fernando Assis Pacheco



Eu vi andar as pegas na Avenida

num tórrido Verão, ardia Agosto.
Se aquilo que faziam era a vida,
mas que puta de vida! Quanto rosto

sumido e consumido nessa lida,

à mercê do ferrete, e do sol-posto
dissimulado sob a perseguida
labuta marginal. A contragosto,

dei por mim a olhar, a ver de perto

um vulto que exibia o passo incerto
e arrastava os pés, de esquina em esquina.

Mas perdi o seu rasto, a sua sombra;

vislumbrando, a desoras, na penumbra,
a máscara fatal de Messalina.

http://domingosmota.blogspot.pt/2014/08/a-mascara-fatal-de-messalina.html

2 comentários:

  1. Grato pela divulgação da máscara.
    Errata: v. 1, onde se lê "pegas da Avenida", em itálico, deve ler-se, "pegas da Avenida" em tipo normal; v. 8, onde se lê "disputa", deve ler-se, "labuta"; v. 11, onde se lê, "e lacerava os pés", deve ler-se, "e arrastava os pés".

    Foram estas algumas das correcções posteriores à sua publicação do poema aqui.

    Abraço.

    DM

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    Respostas
    1. Eu é que agradeço! E então, se me permite, farei as correcções.

      Saudações cordiais

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