queimei minha mão de café.
e não há muito mais pra dizer ou sentir por hoje,
além desse ardor e
do amargo
do pouco que não derramei no chão...
tem ainda, talvez,
o cigarro
que me queima a garganta
e o peito
que me traga
tempo
a cada verso,
volta depois volta
desse relógio quebrado que faço de mim.
penso que não poderia amar nada além desse tédio,
e dessa solidão que me queima
a vida
quieta e constante,
feito café quente de manhã.
penso que poderia amar muito mais que isso,
se me importasse em saber qualquer coisa sobre amor.
mas tudo é silencio,
até o que não é, é silencio.
casa vazia,
céu,
noite
e estrela,
música ecoando. tudo é silencio...
e a mão, continua ardendo quieta, do café que derrubei,
e já é uma da manhã...
nunca tenho nada para dizer além disso. mas até aqui, tudo bem.
amaria o teu café de manhã.
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