sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

#26 - À MÃO, Rosangela Ataíde

tenho sempre à mão
uma virtude e um defeito
para quando o medo vem
e falta ousadia
para quando a coragem sobressai
e me torno insolente

para que me sirva de esteio
tenho sempre à mão
não reservas -
carapuças!
que visto em dias
favoráveis
e de frio

tenho sempre à mão
o que me convém

um perfil que irradia
uma ausência tão só minha

tenho sempre à mão
papel, lápis 
um estilete
e um punhado de covardia

Sem comentários:

Enviar um comentário